quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Fora da Caixa #1

Bom dia. Boa tarde. Boa noite.

Novidade! Bem vindos à nova seção do blog: o Fora da Caixa.

Neste espaço eu divulgarei textos e demais materiais de minha autoria que tenho publicado em outros websites/espaços.

Hoje eu trago os meus primeiros cinco artigos publicados no PORTAL DE FORMAÇÃO E AUTODESENVOLVIMENTO:

Sobre se sentir um estrangeiro neste mundo;

A tecnologia tem proporcionado uma maior interação entre pessoas de lugares e culturas diferentes, mas...
Uma reflexão necessária;

tem proporcionado uma maior interação entre pessoas de lugares e culturas diferentes.

tem proporcionado uma maior interação entre pessoas de lugares e culturas diferentes.

E aí, você conhece a si mesmo?
Outra reflexão necessária;

Sobre perguntarmos o porquê de certas coisas sem vigiarmos nossos próprios atos;

Até que ponto tudo o que você viveu foi fruto de suas próprias escolhas?
Até que ponto sua vida inteira foi escolhida e feita sob medida para você?

Como sempre peço, leia, e, se possível, avalie e comente no respectivo site [em que o texto foi publicado] ou mesmo compartilhe/divulgue. Grato!


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terça-feira, 10 de novembro de 2015

30. Imortalidade


Que a verdade seja logo dita: é tudo tão solitário aqui em cima!
Do alto da Montanha da Solidão, vejo rostos angustiados voltados para o céu, além de incontáveis pares de olhos que tentam enxergar o pico coberto pelas nuvens, um gesto fútil que vem sendo praticado e difundido desde os tempos mais remotos.
Roupas e comportamentos foram substituídos ao longo da História; muitos costumes se perderam, civilizações desapareceram e culturas morreram nos últimos milênios; gigantes legítimos foram extintos, mas a prepotência dos homens nunca foi abandonada, apesar de estarem revestidos de mortalidade e da diminuição relevante de suas estaturas.
E mesmo assim, a tradição de incessantemente olharem em minha direção permaneceu imutável, um patrimônio intacto da humanidade.
Tenho um repertório muito vasto de histórias fascinantes para contar. Entre as aventuras de camponeses pacatos e os dramas intimistas de doutores e homens da lei, os próprios personagens contam essas histórias ao vivenciá-las, sem haver a necessidade de um narrador onisciente, de uma voz sem rosto que traduza em palavras as desventuras e os sentimentos experimentados por eles.
Ora, sou tão somente o fio condutor de tais histórias.
Ninguém em sã consciência sonharia em receber o beijo frio de minha opositora. Ninguém em perfeito estado de espírito correria para os braços abertos da Morte. Nenhum ser consideravelmente deslumbrado quer vê-la depois de ter vivido e suado em profusão na tentativa de erguer um castelo de cartas majestoso.
Por outro lado, os mortais olham para o alto e esperam encontrar o meu olhar de volta.
Muito antes da criação de fórmulas milagrosas modernas, os alquimistas da Antiguidade já devotavam parte de suas vidas na busca pelo elixir que permitiria o prolongamento de suas experiências carnais.
Verdade seja dita: ninguém emocionalmente saudável quer morrer tão cedo!
Se hoje temos os programas intensivos de exercícios físicos e a implementação de hábitos saudáveis, tornando possível ao ser humano não acidentado morrer com um aspecto muito mais agradável, antigamente o homem mortal procurava por fontes mágicas de águas rejuvenescedoras.
Tudo para que a linha da Vida não mais se apagasse, para que as previsões ou interpretações de ciganos e demais adivinhadores se provassem falsas, meros atrativos para os supersticiosos desesperados.
Procuravam na magia um meio de combaterem uma suposta superstição.
Ninguém quer morrer tão cedo, mas morrem antes de se cumprirem as promessas acumuladas de todos os anos. E alguns até morrem muito antes de surgirem as primeiras rugas de preocupação.
E o meu rosto nunca foi visto.
Ou talvez não tenha sido bem assim.
Quero dizer, poucos foram aqueles que não apenas conseguiram enxergar o topo da Montanha da Solidão como também conquistaram um lugar ao meu lado à mesa nos banquetes eternos promovidos pelas entidades maiores; pelo menos é o que as pessoas lá embaixo contam umas às outras.
De tempos em tempos, a humanidade tem tentado mapear o caminho até mim. Filósofos, religiosos e artistas sempre ansiaram romper com as barreiras de suas respectivas mortalidades por meio de suas limitadas capacidades, e por meio de suas respectivas visões acerca da Vida e da Morte. E olham para o topo da montanha carregando o mesmo brilho presente nos olhos daqueles que sonhavam com a Terra Prometida.
O artista almeja viver para sempre, mesmo que por meio de suas obras. Verdade seja dita: ninguém quer ser esquecido! A alma de um artista grita por reconhecer a própria finitude, e o artista tenta fazer o grito reverberar através dos séculos, eternizando sua alma ao aprisioná-la nas próprias obras.
O filósofo, assim como o religioso, pergunta a si mesmo se é possível viver para sempre.
Olham para cima e esperam uma resposta.
Contemplam um mistério.
Recebem o meu silêncio.
Às vezes também me pergunto se existirei para sempre, apesar do meu nome e de minha natureza infinita. É tudo tão solitário aqui em cima. E ter de esperar toda a eternidade até que as pessoas lá embaixo venham até mim faz eu querer ser igual. Igualmente mortal.


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